"Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro. Deslizas sobre a terra. Deslizas sobre as águas.
Tudo é veloz e extremo. Pó em torno da tua dor. Pó em torno do teu choro.O que te atinge em pleno voo.A cegueira que te atinge em pleno voo. Ergues-te para a mais secreta alegria de abandonares o teu corpo.
Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro. A tua história, onde escreveste o indefinível do teu nome. Eras criança. Estendias as tuas asas. E as tuas asas faziam a imensa sombra sob a qual se abrigava o que era reconhecível e amável.
Deslizas sobre a terra. Deslizas sobre as águas.Tens o talento antigo de estenderes as tuas asas. Agora quebradas,para sempre quebradas. Já sem a amplitude do início,é no ocaso que escondes a tua vergonha.Por tua vontade, desejo e mágoa exumas a palavra do passado, a inocência que o não era.
Que a palavra te redima do erro. Que a palavra seja o erro."
Luís Quintais
Nenhum comentário:
Postar um comentário