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Restam apenas ervas daninhas? Pior ainda: as ervas daninhas estão de tal maneira emaranhadas nas boas que não se consegue enfiar as mãos no meio e puxar. Dir-se-ia que se criou um pacto de cumplicidade entre as ervas de semeadura e as ervas selvagens, um afrouxamento das barreiras impostas pelas desigualdades de nascimento, uma tolerância resignada em relação à degradação. Algumas ervas espontâneas, por si só, não têm de modo algum um aspecto maléfico e insidioso. Porque não admiti-las no número das que pertencem ao prado de pleno direito, integrando-as na comunidade das que foram cultivadas?
Restam apenas ervas daninhas? Pior ainda: as ervas daninhas estão de tal maneira emaranhadas nas boas que não se consegue enfiar as mãos no meio e puxar. Dir-se-ia que se criou um pacto de cumplicidade entre as ervas de semeadura e as ervas selvagens, um afrouxamento das barreiras impostas pelas desigualdades de nascimento, uma tolerância resignada em relação à degradação. Algumas ervas espontâneas, por si só, não têm de modo algum um aspecto maléfico e insidioso. Porque não admiti-las no número das que pertencem ao prado de pleno direito, integrando-as na comunidade das que foram cultivadas?
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Italo Calvino
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