Páginas

Música Brasileira

"Não é bom para o homem estar só mas ele está só, mesmo assim, ele espera e está só, ele adia e está só, só ele sabe que mesmo adiando chegará."
Natan Zach

quinta-feira, novembro 17, 2005

Um mito

"Mâyâ, em sânscrito é Ilusão! Essa entidade, digamos assim, conta o livro secreto de Dzyan e o Rig Veda (livros hindus sobre a origem do universo), aparece nos Mavantaras ou Noites de Brahmâ (deus hindu responsável pela ordem no universo). Quando tudo pára, quando Brahmâ dorme, é Mâyâ quem dá o movimento. Ela dá esse movimento captando a energia da respiração de Brahmâ que é a mesma energia que gera e rege o pensamento e a vida. Portanto, em todas as suas aparições, Mâyâ faz acontecer. É movimento!

Ilusão aparece porque tem sempre algo a revelar e para confirmar a existência de valores relativos em seres que se imaginam absolutos, ou de ou em atitudes tidas como verdadeiras e absolutas, suas revelações são isentas de regras. Ilusão quase nunca revela algo novo, apenas retém a aparência das coisas e deixa que tal aparência seja interpretada e, mesmo sendo concebida como verdade acidental e individual, com o hábito torna-se universal. Diante de Mâyâ, pode-se participar da vida em total liberdade, pode-se extrapolar aquilo que se vive a negar pois, aquilo que fere possui os mesmos elementos daquilo que cura.

Mâyâ dá, mas retém, é Tântrica! Não toma, apenas retém. É id, instinto... Coloca-se como algo que deseduca para se reeducar. Mâyâ é contradição! Faz amor (não escolhe ser) e, retendo a energia de seus amantes, a transforma em anéis, esses anéis retidos são apenas artifícios, pois em cada um deles não está apenas o troféu de suas conquistas, mas sim um pedaço da Mônada (como diria Leibnz) de cada ser que com ela esteve.

Em cada Pradaya (Dias de Brhamâ), Mâyâ despede-se do mundo sensível e com seu saquinho de anéis faz uma corrente, nessa corrente ela coloca pedaços de material celeste, o Éter (mesmo elemento que, como diriam os alquimistas medievais, compõe a alma humana) e deixa que eles se transformem em espaço e tempo. O tempo é o ôco do aro de cada anel e o espaço, o círculo que contém cada ôco. E o homem fica sempre preso nesse ôco e nesse círculo, indo e vindo... Indo e vindo... Imaginando-se livre mas vivendo a verdade habitual ... Até outra Noite de Brhamâ ..."

a sOoL!!

Nenhum comentário: