O gregos viam em Eros a causa do embevecimento e da entrega decorrente da afeição, isto é, designa aquilo que vem de fora e atinge a pessoa sem que ela tenha controle sobre o ocorrido. O amor erótico é marcadamente passional. Ser passional é sofrer de paixão. Paixão é a emoção que se sobrepõe à razão, à consciência crítica. No amor erótico, o sujeito vive um estado alterado de consciência. Essa alteração afeta o julgamento e a autocrítica. Eros - Amor - e Tanatos - Morte - predispõem os indivíduos à paixão, que tanto serve à criação - sexo- assim como à destruição - morte. Os deuses da paixão são tempestuosos e ligados ao presente. Eros e Tanatos são deuses das revoluções, das mudanças bruscas. São lados opostos de uma mesma moeda e isso nos faz crer que facilmente pode-se passar de um ao outro lado.
Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não es sequer razão do meu viver,
Pois que tu es já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu es como Deus: Princípio e Fim!..."
Florbela Espanca
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