"Todas as coisas de que falo estão na cidade entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis e eternas como o teu riso, a palavra solidária, minha mão aberta ou este esquecido cheiro de cabelo que volta e acende sua flama inesperada no coração de maio.
Todas as coisas de que falo são de carne como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo, estão dispersas como o ar no mercado, nas oficinas, nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas, cotidianas, como bocas e mãos, sonhos, greves, denúncias, acidentes do trabalho e do amor. Coisas, de que falam os jornais às vezes tão rudes, às vezes tão escuras que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.
Mas é nelas que te vejo pulsando, mundo novo, ainda em estado de soluços e esperança."
Ferreira Gullar
São todas elas coisas perecíveis e eternas como o teu riso, a palavra solidária, minha mão aberta ou este esquecido cheiro de cabelo que volta e acende sua flama inesperada no coração de maio.
Todas as coisas de que falo são de carne como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo, estão dispersas como o ar no mercado, nas oficinas, nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas, cotidianas, como bocas e mãos, sonhos, greves, denúncias, acidentes do trabalho e do amor. Coisas, de que falam os jornais às vezes tão rudes, às vezes tão escuras que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.
Mas é nelas que te vejo pulsando, mundo novo, ainda em estado de soluços e esperança."
Ferreira Gullar
Nenhum comentário:
Postar um comentário