que para mim se abrem e se fecham,estou eu ou o universo que eu penso.
Deste meu lado,
dois olhos que vigiam
os fenômenos naturais,
dois olhos que vigiam
os fenômenos naturais,
incluindo a celeste mecânica
e as sociedades humanas,
e as sociedades humanas,
sedentárias e transumantes.
Mas podem os olhos
fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
fazer a sua enumeração,
e pode o pensado universo infindamente ir-se,
que para mim o que hoje importa
é aquela olhada vaga porta.
Que ela seja só como a vejo, a porta branca,
com duas almofadas em recorte,
lançada devagar sobre o vão do jardim,
onde o gato, por uma fenda aberta
pela sua pata, tenta ver-me,
tão alheio a versos e a universos.
Fiama Hasse Pais Brandão